sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O SOL

Bom, caros amigos, cá estou depois de tantos anos virtuais sem escrever (nem faz tanto tempo assim!). Venho por meio deste (quanta formalidade!) falar sobre algo que tanto agrada a nós brasileiros: O SOL. Pois bem, é primavera! Tempo de reflorescimento, de surgimento. De expectativa! Como no Nordeste não podemos falar de quatro estações definidas, tomo a primavera como sendo já verão. E como é bom esse culto ao sol! Este foi o primeiro elemento de culto da humanidade, sendo considerado uma entidade divina por fenícios, persas, cartagineses, astecas, maias... Sendo assim, bem vindo SOL.
E para comemorar tais tempos de clareza, eis que surge um pequeno texto:

AS FLORES

TE ESPERAVA
ASSIM COMO AS FLORES ESPERAM A PRIMAVERA
NA SUA INDÓCIL VONTADE DE MOSTRAR-SE
TE SONHAVA
COMO UM MORFÉU QUE SONHA FORMAS POSSÍVEIS
EM MEU SONO DE MARIONETE ESQUECIDA
TE MIRAVA
COM OS OLHOS PEQUENINOS DE QUEM ESTÁ EM SOMBRAS
E COM O ÍMPETO DE UM GOLIAS EM FÚRIA
TE SORRIA
COM UM SORRISO DE CANTO DE BOCA
COMO QUEM DIZ: "ATÉ BREVE!"
TE DEIXAVA
PARTIR RUMO A OUTRAS JARDINS,
POIS A LIBERDADE PRECISA DO CHEIRO DE OUTRAS FLORES.

SAULO NOVAES

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

MÚSICA

Outro dia li uma matéria da Revista Bravo a qual trazia uma reportagem sobre o embate entre o Chico Buarque de antes, ativista, engajado, e o Chico de tempos atuais. Quem sairia vencedor? A partir dessa chamada, fui mais além: o que houve com a música brasileira de qualidade (não entrando no mérito aqui do que é música de qualidade)? Antes tínhamos Chico Buarque - talvez o maior letrista do Brasil (na minha visão) -, Caetano Veloso, Maria Bethânia - ainda faz muito sucesso -, Gilberto Gil. Vivemos o tempo da Bossa Nova, do Rock da Jovem Guarda, do Rock ainda bom da décade de 80... e agora? O som parou! Triste é poder ouvir funks e bregas soarem nas caixas acústicas do Brasil e associar isso à cultura popular brasileira. Hoje, a Música Popular Brasileira caiu no populacho, com suas popozudas e novinhas fazendo o sucesso da rapazeada.
O que dizer, por exemplo, do Rock nacional? Há quanto tempo não se ouve uma banda digna de uma Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Titãs, Capital Inicial e afins, tão engajadas na popularização do estilo musical em sua época. Os bons se foram! Ficou apenas o rastro de música aprazível aos nossos tímpanos. Aos de hoje, desfrutem dos bondes, aviões e tudo o mais que sobrou da MPB.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

FRANÇA

Esse mês iniciei minhas aulas de francês. É uma forma de poder viajar sem sair de Recife. O ensino de línguas sempre me cativou, pois é uma forma de me desprender da minha singularidade e abarcar plurais. Aprender uma língua nova é poder desfrutar de outras culturas e outros arcabouços linguísticos. É enveredar por mais possiblidades, reconhecendo que nosso mundo não é algo tão estático. Salut, amis!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PAIS

Ontem, dia 14 de agosto, foi dia dos pais e antes de tudo parabenizo a todos os pais que me leem (serão muitos??). Lembro que esse foi o meu terceiro dia dos pais - tenho um filho chamado Davi, de dois anos.
Aproveito esta data para questionar o papel do pai, e indo mais além, o papel do homem nestes tempos em que a mulher já queimou os sutiãs há décadas e alçou seu papel para além das fronteiras da maternidade e deveres do lar apenas.
Em dias modernos, a mulher rompeu o jugo do marido. Por consequência, o homem se viu e se vê num momento de pane, pois é deveras importante que ele (o pai) equilibre as forças com a mulher no que diz respeito aos papeis domésticos. E isso inclui o cuidado com os filhos e a presença mais constante na vida dos pequenos. É necessário sim que o pai participe mais da vida dos filhos; que divida as tarefas com a companheira, não a sobrecarregando. Não estamos aqui falando de uma inversão dos papéis: pai continuará a ser pai e mãe será mãe. O que exponho é uma mudança na consciência de alguns homens, os quais ainda creem que o seu papel é somente o de provedor dos lares, ficando muitas vezes ausente do convívio familiar. Acredito eu que é papel do pai ensinar e, mais importante ainda, orientar sua cria nos percalços da vida. É o pai quem deve levar o filho ao futebol, ensinar a tarefa da escola, dar banho, levar ao médico, enfim, participar ativamente e juntamente com a esposa da vida do filho. Não podemos ser omissos nesse sentido, pois, do contrário, corremos o risco de perder de vista nossos filhos nas esquinas da vida. Sendo assim, mãos às fraldas, companheiros.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

DEUS

Certo dia, uma aluna minha me fez uma pergunta um tanto intrigante. Conversávamos distraidamente quando ela me interrompeu e disse: "posso te fazer uma pergunta?", meio que temerosa com a resposta que eu daria em seguida. Consenti. Daí ela solta: "é verdade que você é ateu?". No início achei estranho o indagamento, mas refleti posteriormente e entendi o teor real da pergunta que me foi feita. Disse-lhe que sim, era ateu (ou pelo menos, quase isso). Depois me lembrei das vezes que discuti religião em sala de aula, onde havia muitos evangélicos e religiosos de modo geral. No meu discurso, dava a entender que era contrário à maioria dos meus alunos, no tocante ao conceito de Deus. Daí o fato de ela vir a me perguntar se era ateu. Interessante é perceber na cara das pessoas o espanto, a surpresa, algumas vezes o desdém por saber que alguém não compartilha com a maioria dos desígnios do todo-poderoso. Parece que ser ateu hoje em dia, e talvez desde que o Cristianismo fincou pé nos rincões adentro, é digno do maior pecado. Por não comungar com os preceitos cristãos, sou visto como diferente, pecador, herege (ainda bem que o tempo da inquisição já é passado). Como diria o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, "Deus está morto", e toda a concepção que deriva do Cristianismo, pois, acredito eu no poder da matéria, naquilo que se vê. Sendo assim, não acredito em tábuas de salvação metafísicas. Muito menos em conceitos advindos de organizações que manobram a massa de fiéis para motivos outros. Estas promulgam e propagam uma fé num ser que nem se sabe de sua existência, aproveitando-se da boa vontade dos seguidores do Cristo. Aliás, este nada mais é do que uma invenção nossa, criada para sanar nossas mais profundas chagas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

DROGAS

A morte da cantora britânica Amy Winehouse neste fim de semana pegou muita gente de surpresa (ou nem tanto). Revelação da música mundial dos últimos anos, Amy foi notícia não só pelo talento que tinha com a música, mas também pelo seu mórbido apego às drogas. Um caminho que, no caso de Amy, não teve volta. Aos 27 anos, assim como Kurt Cobain, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, mais um ícone jovem da música perdeu a guerra para as drogas.
A morte da londrina expõe uma chaga preocupante: o uso cada vez mais intenso dos jovens usuários de drogas. No caso da jovem Amy, e de tantos outros cantores consumidores de narcóticos, como sendo uma propagadora da cultura de massa, a mensagem que ela deveria ter passado seria uma mensagem oposta a que foi veiculada durante tanto tempo - uma pessoa que não soube vencer a dura batalha contra as drogas.
Ela acabou sendo um reflexo de tantos outros jovens que perderam sua vitalidade, seus anseios mais benignos, seus ideais, e se deixaram levar por um caminho, muitas vezes, sem volta.

terça-feira, 19 de julho de 2011

CHUVAS

"Tomar banho de canal quando a maré encher", "Da lama ao caos, do caos à lama...". Esses são refrões bem conhecidos de Chico Science e sua Nação Zumbi, que fizeram e fazem ainda muito sucesso na cena cultural pernambucana. No entanto, esses dizeres moldaram outra cena pernambucana. Uma cena castigante e que irritou muita gente. Neste inverno, São Pedro soltou a mão, e mandou muita chuva pra esse rincão. O que se viu foi o caos instaurado e a massa de cara feia. O Prefeito João da Costa foi, inclusive, a público pra desabafar. Disse que os buracos e o caos no trânsito não são obra de sua gestão. De certo modo, ele está certo. O asfalto que está sob nossos pneus são apenas um paliativo, paliativo, paliativo... remendos de gestões passadas, e esse status de remendo continuará se propagando em gestões vindouras. Aliás, a política administrativa da cidade é um remendo há muito tempo, e não tem só a ver com a questão dos alagamentos e buracos citadinos. Sendo assim, esperemos novas chuvas, doidos pela próxima cheia dos canais pra tomar aquele banho gostoso na maré.

EDUCAÇÃO

Ontem, 18 de julho de 2011, marcou a volta às aulas da rede pública do Estado de PE. Os dois primeiros dias da semana são para formação continuada dos professores, reuniões, planos, metas para o próximo semestre. O blá, blá, blá de sempre. Em outros momentos, acharia um saco esse tipo de reunião. Mas algo a tornou diferente. Talvez porque ela tenha causado uma preocupação: no bolso! Pois bem, o Governo do Estado, na pessoa do ilustre Gov. Eduardo Campos, promove uma mudança radical na forma de gerir o Estado. E isso alcança a Educação, afinal, em termos educacionais, Pernambuco figura na rabeta quando o assunto é educação de qualidade (inclusive o salário do professor daqui é o mais baixo do Brasil!!!!). Uma forma de sanar esse tipo de déficit foi o pagamento de um agrado (14º salário pago aos professores e gestão escolar pelo cumprimento das metas estipuladas pelo Governo). Na verdade, o que o Governador quer é resutado. Metas alcançadas. Produtividade na Educação. Objetivos sendo lançados e cumpridos. Conceitos de uma Administração Gerencial, em que o Governo funciona como o Gerente - Gestor - da coisa pública, e sendo assim, cobra resultados. A pergunta que fica é: será que os resultados obtidos são fidedignos à realidade que se apresenta? Como o Governo quer números, o professor quer dinheiro, e a gestão da escola quer o reconhecimento, eis que surge a fórmula perfeita para mascarar os resultados. Será, de fato, que teremos, num futuro próximo, cidadãos críticos, alunos cientes de que aprender é o caminho a seguir, pais conscientes do seu papel de educadores, e não meros despejadores de crianças na escola, e Governo sendo o promotor do desenvolvimento local? E segue o blá, blá, blá.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

PAIXÃO!

Como explicar uma paixão? Os gregos antigos acreditavam que a paixão estava intimamente atrelada ao coração. Em tempos modernos, há toda uma ciência que explica o fato (nosso cérebro começa a disparar uma série de comandos para o hipotálamo que, por sua vez, começa a liberar vários sinais para o corpo e uma grande quantidade de hormônios, entre eles a dopamina e a norepinefrina, que são responsáveis pelo sentimento de bem estar e que, neste caso, deixa a nossa vida mais alegre e colorida!). Futebol também é paixão. Lembro bem como começou essa febre em mim(ou sinais dirigidos ao meu cérebro). Começa lá pelos idos de 1987 (século passado!). Não havia internet, celular, banda larga, iphone, nem nada dessa tranqueira moderna de hoje. Fui a um campo de futebol pela primeira vez, e aquilo se fez imponente aos meus olhos. Aquela massa de gente toda gritando e clamando o nome do time; aquele papel picado; aquele grito de gol; aquele cheiro peculiar que só os campos de futebol exala; aquele movimento frenético da torcida; e aquelas discussões proveitosas entre colegas de sala, amigos de bairro sobre quem é melhor: o meu time ou o seu? Aquele papo de boteco, aquela roda de homens (e mulheres!) discutindo táticas, melhores jogadores, erro da arbitragem, o título. Ah, o título! O ápice de um time de futebol. Então, como explicar uma paixão. A minha paixão não é colorida. Ela apenas tem duas cores: vermelho e preto. As cores do SPORT CLUB DO RECIFE!

O ANDARILHO

Bom, voltando à ativa. Faz tempo... Enfim. Recentemente fui a uma livraria e me deparo com um mundo novo (livros são sempre mundos a serem descobertos). Muitas estantes, muitos livros, muita coisa a ser lida, e naquele globo imenso, há sempre a dúvida por qual caminho percorrer. Como sou afeito a viagens ( e os livros são ótimas viagens), uma seção me agrada de pronto. Fui à seção dos viajantes. Lá me deparo com guias de viagens, mapas (outra coisa que me encanta em demasia), enfim. Minha ânsia consumista me leva ao caixa por um livro de título bastante promissor: 1000 lugares para conhecer antes de morrer, de Patrícia Shultz. Não que eu vá conhecer os 1000 lugares descritos nos livros, mas pelos menos dois serão rotas das minhas próximas viagens, certamente. Ao ler a introdução do livro, uma citação curiosa de Santo Agostinho: "O mundo é um livro, e os que não viajam acabam lendo só uma página". Lendo essa frase, faço côro com uma citação minha, que diz: "Em nossa singularidade mórbida, felizes são aqueles que desfrutam dos plurais". Ou seja, felizes são aqueles que desbravam, que avançam, que saem de sua singularidade, que percorrem outros mundos, que olham por outros olhares e matizes, que perpassam a linha tênue entre a ignorância e o não-conhecer. O viajar certamente proporciona, para o viajante mais atento, um outro enfoque, uma pluralidade a este ser em busca de algo a mais. Traçando um paralelo com a educação, se viajar é um ato de descoberta, o que dizer da educação? Se viajar é descobrir novos mundos, o ato de se educar é um salto para a conexão com os mundos a seres descobertos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

RECIFE, O MEU LUGAR!

Como diz o poeta Reginaldo Rossi: "Aqui é minha cidade, o meu lugar!"
Mesmo que eu não fosse recifense, adoraria ser desta terra. Mesmo com suas mazelas. E ai de quem fala mal. Tipo mãe protetora: só ela pode falar das peraltices do filho.

O Nascimento

O nascimento é algo sublime! Dizem alguns que é coisa de Deus. Bem, prefiro acreditar que o nascimento é algo natural e acontece à margem dos ditames do Divino.Segundo o dicionário, nascimento significa ato de nascer (bem óbvio, por sinal!), vinda ao mundo. O mesmo afirma também que nascimento significa origem, ponto de partida, começo. E como tudo tem um começo, eis-me aqui, escrevendo um blog (tomara que saia algo que preste!). Portanto, espero que, a partir deste nascimento (ou ocaso?) os poucos leitores que me acompanharem possam desfrutar de uma companhia no mínimo agradável.
Saulo Novaes