terça-feira, 23 de agosto de 2011

FRANÇA

Esse mês iniciei minhas aulas de francês. É uma forma de poder viajar sem sair de Recife. O ensino de línguas sempre me cativou, pois é uma forma de me desprender da minha singularidade e abarcar plurais. Aprender uma língua nova é poder desfrutar de outras culturas e outros arcabouços linguísticos. É enveredar por mais possiblidades, reconhecendo que nosso mundo não é algo tão estático. Salut, amis!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PAIS

Ontem, dia 14 de agosto, foi dia dos pais e antes de tudo parabenizo a todos os pais que me leem (serão muitos??). Lembro que esse foi o meu terceiro dia dos pais - tenho um filho chamado Davi, de dois anos.
Aproveito esta data para questionar o papel do pai, e indo mais além, o papel do homem nestes tempos em que a mulher já queimou os sutiãs há décadas e alçou seu papel para além das fronteiras da maternidade e deveres do lar apenas.
Em dias modernos, a mulher rompeu o jugo do marido. Por consequência, o homem se viu e se vê num momento de pane, pois é deveras importante que ele (o pai) equilibre as forças com a mulher no que diz respeito aos papeis domésticos. E isso inclui o cuidado com os filhos e a presença mais constante na vida dos pequenos. É necessário sim que o pai participe mais da vida dos filhos; que divida as tarefas com a companheira, não a sobrecarregando. Não estamos aqui falando de uma inversão dos papéis: pai continuará a ser pai e mãe será mãe. O que exponho é uma mudança na consciência de alguns homens, os quais ainda creem que o seu papel é somente o de provedor dos lares, ficando muitas vezes ausente do convívio familiar. Acredito eu que é papel do pai ensinar e, mais importante ainda, orientar sua cria nos percalços da vida. É o pai quem deve levar o filho ao futebol, ensinar a tarefa da escola, dar banho, levar ao médico, enfim, participar ativamente e juntamente com a esposa da vida do filho. Não podemos ser omissos nesse sentido, pois, do contrário, corremos o risco de perder de vista nossos filhos nas esquinas da vida. Sendo assim, mãos às fraldas, companheiros.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

DEUS

Certo dia, uma aluna minha me fez uma pergunta um tanto intrigante. Conversávamos distraidamente quando ela me interrompeu e disse: "posso te fazer uma pergunta?", meio que temerosa com a resposta que eu daria em seguida. Consenti. Daí ela solta: "é verdade que você é ateu?". No início achei estranho o indagamento, mas refleti posteriormente e entendi o teor real da pergunta que me foi feita. Disse-lhe que sim, era ateu (ou pelo menos, quase isso). Depois me lembrei das vezes que discuti religião em sala de aula, onde havia muitos evangélicos e religiosos de modo geral. No meu discurso, dava a entender que era contrário à maioria dos meus alunos, no tocante ao conceito de Deus. Daí o fato de ela vir a me perguntar se era ateu. Interessante é perceber na cara das pessoas o espanto, a surpresa, algumas vezes o desdém por saber que alguém não compartilha com a maioria dos desígnios do todo-poderoso. Parece que ser ateu hoje em dia, e talvez desde que o Cristianismo fincou pé nos rincões adentro, é digno do maior pecado. Por não comungar com os preceitos cristãos, sou visto como diferente, pecador, herege (ainda bem que o tempo da inquisição já é passado). Como diria o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, "Deus está morto", e toda a concepção que deriva do Cristianismo, pois, acredito eu no poder da matéria, naquilo que se vê. Sendo assim, não acredito em tábuas de salvação metafísicas. Muito menos em conceitos advindos de organizações que manobram a massa de fiéis para motivos outros. Estas promulgam e propagam uma fé num ser que nem se sabe de sua existência, aproveitando-se da boa vontade dos seguidores do Cristo. Aliás, este nada mais é do que uma invenção nossa, criada para sanar nossas mais profundas chagas.